sábado, 14 de março de 2009

INFORMAÇOES PARA PESQUISA

- DUBY, G; PERROT, M (dir). História das mulheres: a Idade Média. Porto; Afrontamento, 1990.
- RAMON, Llull. Missoginia e santidade na Baixa Idade Média: os três modelos femininos no livro das maravilhas. Instituto Brasileiro de Filosofia e ciência Raimundo Líilio. 2002.
• http://web.rcts.pt/%7Epr1254/Olhares/moda.htm
• http://almanaque.folha.uol.com.br/moda_index.htm
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Betty_Friedan
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Emmeline_Pankhurst
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Aung_San_Suu_Kyi#column-one#column-one
• http://pt.wikipedia.org/wiki/SufrÃgio_feminino
• http://www.planetaportoalegre.net

GOLDA MEIR

Proveniente de uma humilde família judaica, Golda nasce em Kiev, a 3 de Maio de 1898.
Emigrou com a família para Milwakee, E.U.A. , em 1906, onde foi professora primária e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.
Casou-se com Morris Myerson, e em 1921 emigrou, novamente, para a Palestina, onde se tornou membro do Kibbutz de Marnavia, do partido trabalhista Mapai e militou também no Histadruth (confederação Geral do Trabalho), passando a ser a sua representante no estrangeiro, entre 1932 e 1934, nos E.U.A. .
Foi também uma das fundadoras do Estado de Israel, que se dotou de instituições democráticas, onde existia uma câmara única - Knessel- e se fundaram vários partidos políticos.O Mapai, que já foi referido atrás, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. Passado um ano, esse Partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo, assim, a Maarakh (Frente Operária) que funcionava como uma aliança eleitoral.
Golda foi nomeada embaixadora de Israel em Moscovo, pelo Primeiro-Ministro, David Ben Gurion.Após a morte do Presidente Levi Eshkol, 1969, Golda formou um governo, onde foi Primeira-Ministra de Israel (1969-1974).
Golda Meir, durante esse período, ignorou, as resoluções da ONU quanto à anexação israelita de Jerusalém oriental, e os acordos de paz com os regimes árabes. Ainda aplicou uma política de medidas extremas contra a OLP e contra todos os países que acolhessem os seus refugiados.Devido ao não seguimento dessas directrizes, a 6 de Outubro de 1973, iniciou-se a quarta guerra Israelo-árabe – “Guerra do Yom Kippur”. Devido à intervenção americana, Egípcios e Israelitas aceitam a 25 de Outubro de 1973 uma acordo de cessar-fogo.Golda Meir apresenta a sua demissão em Abril de 1974, devido às violentas críticas sobre a actuação na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados obtidos nas eleições pelo Partido Trabalhista.Voltou ao mundo da política como dirigente do seu partido, a 5 de Março de 1976, e nesse mesmo ano publica a sua autobiografia, no livro “A minha vida”.Morre no dia 8 de Dezembro de 1978, em Jerusalém, com cancro.
=A Idade Contemporânea ficou marcada pela luta social de largas massas femininas, pois as mulheres consciencializaram-se da sua situação discriminatória na sociedade. Esta luta social expressa-se por múltiplas ações comuns e em grande parte de formas de organização e movimentos. O objetivo desta luta diversificada das mulheres é a sua aspiração à emancipação e à mudança para um estatuto social mais dignificante.
As conquistas democráticas conseguidas com o 25 de Abril, 1974, tiveram uma contribuição de grande relevo da mulher, que participou de forma ativa e corajosa na luta reivindicativa econômica e social, a defender a liberdade.
O mérito de ter tomado as primeiras medidas verdadeiramente a favor da emancipação da mulher, fica para o primeiro governo operário da história, a Comuna de Paris.
Ainda assim, não desapareceram de súbito os preconceitos sobre a mulher, pois esses preconceitos têm na maior parte uma raiz histórica que não reside na essência do sistema socioeconômico.
Apesar do grande atraso socioeconômico herdado da era colonial e da exploração neocolonialista, liquidaram-se em vários países a poligamia e o casamento de menores contratado por familiares, combateu-se o analfabetismo e elevou-se o nível de cultura das mulheres.
O dia 8 de Março é também um símbolo de luta revolucionária que se transformou numa jornada mundial de ação das mulheres pelos seus direitos próprios e contra todas as formas de discriminação.
Para as mulheres conquistarem o direito de voto, tiveram que percorrer um longo caminho. Tiveram que lutar contra os preconceitos dos homens que julgavam que as mulheres não serviam para absolutamente mais nada, a não ser, tratar da casa e dos filhos.
Pois bem, as mulheres sabiam que eram capazes de fazer tudo o que um homem conseguia fazer, como tal, começaram a formar-se movimentos, que tinham como primeiro objetivo, desde o pós-Revolução Industrial, lutar pelo direito do voto feminino.
Foi nos ideais democráticos de inspiração iluminista que as primeiras feministas encontraram algo de propicio às suas reivindicações: As mulheres não tinham uma participação ativa na sociedade.
Este preconceito vinha já da Grécia Clássica, onde as mulheres não podiam exercer o direito de voto.
As sufragistas, como eram chamadas as primeiras ativistas do feminismo, iniciaram no século XIX, em 1897, um movimento no Reino Unido a favor da concessão às mulheres do direito ao voto. Foi assim fundada a União Nacional pelo Sufrágio Feminino, por Millicent Fawcett. Este movimento inicialmente pacifico, questionava o facto de as mulheres serem consideradas capazes de assumirem cargos importantes na sociedade inglesa.
A maioria dos parlamentares de Inglaterra acreditava que as mulheres eram incapazes de compreender o funcionamento do Parlamento Britânico.
Ainda assim o movimento feminino ganhou e as suas ativistas passaram a ser conhecidas por pertencentes à União Social e Politica das Mulheres. Este movimento (WSPU- Women’s Social and Political Union), fundado por Emmeline Pankhurst, pretendeu revelar o ceticismo institucional na sociedade britânica.
Emmeline Pankhurst foi presa inúmeras vezes por pequenas infrações e inspirou membros do grupo a fazerem greve de fome. Mais tarde, foram alimentadas à força, o que fez com que ficassem doentes, o que veio chamar a atenção para a brutalidade do sistema legal. Tiveram algum sucesso com a aprovação do “Representation of the People Act” de 1918, que veio a estabelecer o voto no Reino Unido.
Com este pequeno sucesso, esta lei visava também inspirar muitas outras mulheres noutros países para que lutassem pelos seus direitos, principalmente, pelo direito ao voto. Por mais que a opressão feminina seja ainda uma cruel realidade em alguns países, as mulheres têm direito ao voto e à participação política ampla na maioria dos países do mundo. Embora em países como o Kuwait, por exemplo, haja ainda movimentos que reproduzem as mesmas lutas das sufragistas do século XIX, na tentativa de forçar o governo daquele país a mudar a suas legislação eleitoral e adotar o voto universal em pleno século XXI.
Feminismo: “sistema dos que preconizam a igualdade dos direitos do homem e da mulher”: é esta a definição de feminismo com que nos deparamos num dicionário, no entanto, ao falarmos em feminismo, referimo-nos a uma doutrina que se refletiu em movimentos sociais.
Só se pode falar em reivindicação dos direitos da mulher a partir do século XVIII, graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Datam dessa época as primeiras obras de caráter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu (1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1792), "A Vindication of the Rights of a Woman", que propunha a igualdade de oportunidades na educação, no trabalho e na política.
No século XIX, no contexto da Revolução Industrial, o número de mulheres empregadas aumentou significativamente. Foi a partir desse momento, também, que as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto realizou-se a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Também em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher).
O direito ao voto foi obtido pelas mulheres do mundo ocidental no início do século XX.
Liete Oliveira

AUNG SAN KYI

Filha de Aung San, herói nacional da independência da Birmânia, Suu Kyi nasceu a 19 de Junho de 1945 em Rngum. O seu pai morrera quando ela tinha apenas 2 anos.
Suu Kyi vivei em Londres e em 1988 regressou à Birmânia por altura da morte de sua mãe. O seu retorno à Birmânia, coincidiu com uma manifestação/revolta popular contra a repressão política e o declínio do país, que já se arrastava há 26 anos.
Passado pouco tempo, Suu Kyi, tornou-se líder do movimento de contestação contra o regime militar.O seu partido (Liga Nacional para a Democracia), obteve a vitória nas eleições de 1990, e como conseqüência, foi-lhe ordenado, pela junta militar que governava o país, que ficasse em prisão domiciliária. E assim ficou até 1995, ano em que a libertaram como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional. Apesar de estar em “liberdade”, as suas liberdades individuais continuam limitadas. Durante o seu período de prisão domiciliária, Suu Kyi ganhou o prêmio Sakharov em 1990 e o Prêmio Nobel da Paz, em 1991.

Liete Oliveira

EMMA GOLDMAN

Nascida a 27 de Junho de 1869, Emma Goldman, de origem lituana, foi uma anarquista. Ficou conhecida pelos seus textos e discursos de carácter feminista e pelos seus relatos da Revolução Russa.Em 1886 emigrou para os EUA com a sua irmã Helene, para uma pequena cidade perto de Nova Iorque, onde trabalhou durante muito tempo na indústria têxtil e onde acabaria por se casar com um colega de trabalho. Depois do enforcamento de 4 anarquistas, no seguimento da Revolta de Haymarket, em Chicago, fez com que Goldman se tornasse militante e que conhecesse outra figura de bastante relevo no anarco-feminismo, Voltairine de Cleyre.

Liete Oliveira

Betty Friedan

Nascida, 4 de Fevereiro de 1921 em Peoria, de seu nome Betty Naomi Goldstein, era mais conhecida como Betty Friedan e foi uma importante activista feminista do sec. XX.Tendo participado em vários movimentos marxistas e judaicos, em 1963, foi publicado o livro por ela escrito, “The feminine Mystique”, que deu origem à segunda vaga de feminismo, visto que foi best-seller. O livro falava do papel da mulher na indústria e na sua função de dona de casa.
Foi umas das co-fundadoras da Organização Nacional das Mulheres, nos EUA, com Pauli Murray.
Ajudou também na criação de uma organização de fomento aos direitos reprodutivos, onde também se incluiu o aborto.
É considerada uma das maiores feministas do sec. XX.
Morreu no dia do seu aniversário, em 2006,em sua casa, de falência cardíaca congestiva.
Liete Oliveira

PERSONALIDADES FEMININAS


Betty
Friedan
Até a metade da década de 90, as mulheres recebem o exagero dos anos anteriores ainda influenciando a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores. Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente. As mulheres dentro da moda seguiram cada uma dessas tendências, que produziam peças para cada tipo de consumidora e para todas as ocasiões. Na segunda metade da década de 90 a moda passou a buscar referências nas décadas anteriores, fazendo releituras dos anos 60 (cores claras, tiaras) e em seguida dos 70 (plataformas em tamancos e modelos fechados, geralmente desproporcionais), tudo mesclado à modismos dos anos correntes.Nos anos 90 a consumidora se tornou um voyeur, as imagens se constituem dentro de um diálogo de erotismo e o olhar é invasivo. Nessa década, a mulher consumidora passou a conviver nas ruas e nas revistas com mensagens extremamente erotizadas das campanhas de moda.
Também em relação ao trabalho, a mulher se deparava freqüentemente com grandes limitações, o acesso a determinadas profissões era-lhe negado, a mulher não tinha direito de acesso a determinados lugares que se considerava que deviam ser ocupados por homens. A magistratura, a diplomacia e a política são apenas alguns dos exemplos de setores profissionais a que a mulher não podia ascender.
As mulheres são uma minoria, em termos de ministros, cargos de ministério, secretárias de Estado. O mesmo se passa no Parlamento e é por isso muito difícil que uma mulher chegue a primeira candidata. Assim, verifica-se até que ponto as mulheres têm estado, quase sempre, afastadas dos cargos mais elevados da hierarquia política: o Presidente da República foi sempre homem, o cargo de primeiro-ministro foi ocupado por homens.
Essa construção começa a sofrer abalos no século XX, pela transformação na obstetrícia e o controle da natalidade. Entretanto, não podemos afirmar que já não existe desigualdade entre homens e mulheres, nem que não existem ainda representações tradicionais sobre o papel da mulher. É notório o processo de mudança que ainda vivemos dentro das transformações ao nível das mentalidades e na forma como a própria sociedade representa a mulher na família, na sociedade, na política ou em outro qualquer segmento. Por outro lado, as pesquisas mostram que mesmo sufragadas as dicotomias que envolvem a existência da mulher e alcançadas conquistas e representações modernistas ainda subsistem representações tradicionalistas envolvendo a presença da mulher em nossa sociedade. Atualmente, as mulheres constituem uma parte importante da mão-de-obra no mercado de trabalho e, inversamente ao que acontecia no passado, poucas são agora as que ficam em casa. No entanto, isso não significa dizer que as mulheres alcançaram o topo de suas reivindicações.

São poucos os destaques femininos, mas que não poderíamos omiti-los não só a título de referencia a conquista como também, como marco que ficou na história.
Curiosidades:
• As mulheres casadas não podiam usar o seu patrimônio;
• As enfermeiras não podiam casar;
• As professoras não podiam casar com qualquer pessoa:
tinham que pedir autorização para casar, saindo depois no
Diário da República a autorização para ela casar;
• Uma professora só podia casar com um homem que tivesse um
vencimento superior ao dela;
• Uma mulher casada não podia ir para o estrangeiro sem
autorização do marido;
• As mulheres não podiam trabalhar sem autorização do
marido.

Liete Oliveira

ESTILO ANOS 90

Os anos 80 seguem o charme e a sofisticação dos anos 60, porém com um certo exagero. Os anos 80 foram do glamour e serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Os shoppings tornaram-se paraíso do consumismo das mulheres. Pode-se dizer que os anos 80 começam realmente em 1977, com o sucesso da música “disco” inspirados no filme “Saturday Night Fever”. Voltam à tona, o glamour da noite e o charme do excesso e do brilho, deixando para trás o estilo hippie dos anos 70. A juventude feminina trouxe de volta o que já era considerado “velho”: roupas sob medida e vestidos de baile.

As mulheres dessa década deveriam ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Não bastava ser bem-sucedida e bem-vestida. Assim, numa continuidade pelo amor ao desporto inaugurado na década anterior, explodiram academias por todos os cantos, aonde as freqüentadoras iam com suas polainas e collants para as aulas de aeróbica, movidas por músicas dançantes e ritmadas, com temática comum: ginástica, poder, sucesso. Influenciando as roupas, o espírito desportivo levou tudo isso para fora da academia. O look "molhado", conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a cabeça das mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos quanto possível.

As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e drapejados para a noite ou dia. Para os acessórios, tamanho era sinônimo de atualidade. A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo livre e despudorado. O Punk, New Age e Break também merecem destaque. Os vestidos passaram a valorizar mais o corpo feminino, com cintura marcada, fendas, tops sem alças ou saias balonês. Tudo acompanhado de acessórios dourados. O visual era extravagante com ombreiras e calças de cós alto. Mini-saia com legging, macacões e shorts também fizeram parte desta estação. As cores cítricas fizeram muito sucesso, como o verde-limão, o amarelo e laranja fosforescentes. Personalidades famosas são exemplo desse look, como Madonna e Cindy Lauper. Na maquilagem, as mulheres abusaram do colorido da época com sombras fortes, olhos bem pintados e batons de cores vivas, como o vermelho, pink e marrom escuro.Embora rápida e vertiginosa, a moda guarda suas permanências.

ESTILO ANOS 80


•Estilo hippie
•Jeans e calças militares usadas com enormes bocas-de-sino, tachinhas, bordados e muitos brilhos
•Camurças com franjas;
•Estilo safári;
•Colares de contas miçanga, bijuterias étnicas;
•Saias e calças de cintura baixa com cintos largos ou de penduricalhos;
•Estampas florais,
•Roupas artesanais, materiais naturais e tinturas caseiras;
•Botas de camurça e sandálias de plataforma;
•Saias longas, estampadas, estilo cigano e muita interferência de brilhos e plumas nas roupas.

ESTILO HIPPIE

A mulher dos anos 70 teve na moda, por sua vez, a continuidade revolucionária com muita experimentação de materiais, cores, formas e texturas. A estética hippie ganhou espaço com a psicodélica e atingiu o mainstream (algo "que faz sucesso", "que está na moda", "que é popular", "vendável" e "comercial").
O período foi de revolução e marcou um salto no comportamento dos jovens, na música e na liberação sexual da mulher. Para as mulheres, passou a ser romântica e despojada: com cabelos desalinhados, saias longas ou curtíssimas com inspiração indiana, batas e estampas florais ou multicoloridas. Além disso, o unissex entra na moda com suas boca-de-sino e sapatos plataforma. Era a vez do o hippie-chic com as estampas multicoloridas de Pucci e os tecidos de estilo cashmere das roupas indianas; a mini-saia, lançada nos anos 60, ainda marcou presença no início dos 70. Também foi a época das meias de lurex, do poliéster e dos signos do Zodíaco.
O rock pesado vivia seu grande momento e por um lado a androginia o influenciava em sua forma de comportamento; grandes figuras que escandalizaram a década de 70 foram Mick Jagger, Rod Stewart, e o ícone David Bowie, em seus áureos tempos femininos.
Acontece um salto no período que foi marcado pela revolução no comportamento dos jovens, na música e na liberação sexual da mulher. Foi a época do Festival de Woodstock, do movimento hippie, da onda disco, etc. A moda também acompanhou esse salto. Para as mulheres a moda glitter também emplacou nos anos 70: futurista, metálica e andrógina, personificada na figura do camaleão David Bowie. O "paz e amor" foi cedendo espaço à moda disco.

MULHERES ANOS 70

A sociedade na década de 60 é um marco de mudanças de comportamentos. Inicia - se com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, o maior símbolo. A imagem do blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade. Poderia se dizer que os anos 60 foi uma explosão de juventude em todos os aspectos e também no feminino.

A grande vedete dos anos 60 na moda foi, sem dúvida, a mini-saia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da mini-saia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". A partir de meados da década, não há dúvidas de que passou a existir uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. As idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes (estilo safari), foram atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.

Outros jovens estilistas tiveram seu caminho aberto devido ao sucesso de Quant, como: Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de La Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico (que se inspirava em elementos da art nouveau, do Oriente, do Egito Antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam) ou geométrico e o romântico. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.

As mulheres nessa época tinham a possibilidade de muitas opções pelos tecidos apresentarem muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas. As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a mini-saia, quanto para dançar o twist e o rock. O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Yves Saint Laurent, em 1966, permitiu através do lançamento de suas roupas, pela primeira vez, que a mulher ousasse vestir-se com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking.

Nessa época Londres, havia se tornado o centro das atenções, a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. O grande fenômeno musical de todos os tempos estava lá, os Beatles, e as inglesinhas emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais tarde foram para a famosa Kings Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita música e atitude jovens.

Nesse contexto, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas "chelsea girls". Sua aparência era adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados. Catherine Deneuve também encarnava o estilo das "chelsea girls", assim como sua irmã, a também atriz Françoise Dorléac. Por outro lado, Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy, com cabelos compridos soltos rebeldes ou coque no alto da cabeça (muito imitado pelas mulheres).

Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador. A maquilagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o logotipo de margarida, sua marca registrada, o que era um sucesso entre as mulheres
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação. Os 60 chegaram ao fim, coroados com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.

MULHERES ANOS 60


O sucesso imediato do seu "New Look", como coleção ficou conhecida e indica que as mulheres ansiavam pela volta do luxo e da sofisticação perdidos. Era a visão da mulher extremamente feminina, que iria ser o padrão dos anos 50.
A imortalidade de Dior foi com o seu "New Look" jovem e alegre.
A mulher dos anos 50 tornou-se mais feminina e sedutora. Com o final da guerra veio o fim do racionamento de tecidos assim, metros e metros de tecidos eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e à altura dos tornozelos de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.

A década de 50 foi atravessada por essa silhueta extremamente feminina e jovial e manteve-se como base para a maioria das criações desse período. Apesar de tudo indicar que a moda seguiria o caminho da prática e da simplicidade, acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação. E foi o mesmo Christian Dior quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação de novas tendências que foram surgindo quase a cada estação.
No pós-guerra, com o término da escassez alcançou os cosméticos tornando a beleza tema de grande importância.

O clima era de sofisticação e era tempo de cuidar da aparência.

Grandes empresas, como a Revlon, Helena Rubinstein, Elizabeth Arden e Estée Lauder, gastavam muito em publicidade, era a explosão dos cosméticos. Na Europa, surgiram a Biotherm, em 1952 e a Clarins, em 1954, lançando produtos feitos à base de plantas, que se tornaria uma tendência a partir daí. Acontece também o auge das tintas para cabelos, que passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres que antes eram 500, e das loções alisadoras e fixadoras.

As mulheres se ressaltam seus cabelos como os de Brigitte Bardot pelos penteados que podiam ser coques ou rabos-de-cavalo. Os cabelos que também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina.
Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50, o das ingênuas chiques, encarnado por Grace Kelly e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela naturalidade e jovialidade e o estilo sensual e fatal, como o das atrizes Rita Hayworth e Ava Gardner, como também o das pin-ups americanas loiras e com seios fartos. (Pin-up é uma modelo cujas imagens sensuais produzidas em grande escala exercem um forte atrativo na cultura pop. Destinadas à exibição informal, as pin-ups constituem-se num tipo leve de pornografia. As mulheres consideradas pin-ups são geralmente modelos e atrizes).
Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma mistura dos dois estilos, a devastadora combinação de ingenuidade e sensualidade.

As pioneiras das atuais top models surgiram através das lentes dos fotógrafos de moda, entre eles, Richard Avedon, Irving Penn e Willian Klein, que fotografavam para as casas e para as revistas de moda, como a Elle e a Vogue.
No final dos anos 50, a confecção apresentava-se como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida quotidiana. Nesse cenário, começava a formar-se um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60.

MULHERES ANOS 50

A guerra viria a transformar a forma de vestir e o comportamento de uma época.
Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris, ocupada pelos alemães em Junho do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta costura e seus ateliers. Muitos estilistas mudaram-se, fecharam os seus ateliers ou mudaram-nos para outros países.
Durante a guerra, a alta costura ficou restrita às mulheres dos comandantes alemães, dos embaixadores em exercício e àquelas que de alguma forma podiam freqüentar os salões dos grandes ateliers.
No final dos anos 30 a silhueta em estilo militar perdurou até ao final dos conflitos. O estilo ficou mais pesado e sério nas roupas e sapatos da mulher francesa com sua silhueta magra.
As mulheres tiveram de reformar as suas roupas e utilizar materiais alternativos na época, como a viscose, o raiom e as fibras sintéticas pela escassez de tecidos. E mesmo depois da guerra, essas habilidades continuaram a ser muito importantes para a consumidora média que queria estar na moda, mas não tinha recursos para isso.

O "Fashion Group of Great Britain", na Grã-Bretanha,dirigido por Molyneux, criou 32 peças de vestuário para serem produzidas em massa. A intenção era criar roupas mais atraentes, apesar das restrições. O corte era reto e masculino, ainda em estilo militar. As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o tweed, muito usado na época. As saias eram mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas tornaram-se práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.

As meias finas desapareceram do mercado pela falta do nylon e seda. Elas foram trocadas pelas meias soquetes ou pelas pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de trás, imitando as costuras.

Os cabelos das mulheres se apresentavam mais longos que os dos anos 30. Entretanto, pela dificuldade em encontrar cabeleireiros, os grampos eram usados para prendê-los e formar cachos, com os lenços também muitos usados nessa época.
Houve uma adaptação dentro da situação que se vivia. A maquilagem era improvisada com elementos caseiros. Os batons apenas eram recarregados nas embalagens, por alguns fabricantes, já que o metal estava sendo utilizado na indústria bélica.

Nesse período surgiram muitos modelos e adornos. A mulher submetida a simplicidade teve um despertar do interesse pelos chapéus, que eram muito criativos Alguns eram grandes, com flores e véus; e outros, menores, de feltro, em estilo militar.
No pós-guerra, o curso natural da moda seria a simplicidade e a prática, características da moda lançada por Chanel anteriormente. Entretanto, o francês Christian Dior, na sua primeira coleção, apresentada em 1947, surpreendeu a todos com as suas saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos de saltos altos.

MULHERES DOS ANOS 40

ÉPOCA DA GUERRA
Nessa época aconteceu o redescobrimento das formas do corpo da mulher, através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias diferentemente dos anos 20, que havia destruído as formas femininas.

Os cabelos começaram a crescer assim como, o comprimento das saias. Os vestidos eram justos e direitos, além de possuírem uma pequena capa ou um bolero, também bastante usado na época. Devido o tempo ser de crise passaram a utilizar materiais mais baratos, usados na confecção de vestidos de noite, como o algodão e a caxemira.

Os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção apresentaram roupas com corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite que ficaram como marcante. Alguns especuladores acreditam que foi a evolução dos trajes de banho a grande inspiração para tais roupas decotadas. Nessa época a moda descobriu o desporto, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias. Seguindo as exigências das atividades desportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.
O modelo de beleza dessa época era da atriz Greta Garbo. A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e desportiva. O seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres. Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood, através de suas estrelas, como Katharine Hepburn e Marlene Dietrich, influenciaram milhares de mulheres.
Com a popularização da prática de desportos surgem alguns modelos novos de roupas como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram páreos estampados, roupas de banho e sweaters.

Os óculos escuros surgiram nessa década e tornaram-se um acessório de moda de interesse da mulheres. Eles eram muito usados pelos artistas de cinema e da música.

O italiano Salvatore Ferragamo, um dos principais criadores de sapatos, em 1935, lançou a sua marca, que viria a transformar-se num dos impérios do luxo italiano utilizado pelas mulheres. A sua principal invenção foi a palmilha compensada.

Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos devido a crise que se instalou na Europa. Entretanto, Gabrielle Chanel continuava a ser um sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin, porém a surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias nas suas criações, inspiradas no surrealismo. Destaca-se também Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Os seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet. Todos voltados a atender as mulheres.

Como a volta da valorização do corpo feminino, os seios também voltaram a ter forma, e aí então à mulher recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível que marcavam as formas, porém naturalmente. Seguindo a linha clássica, tudo o que era simples e harmonioso passou a ser valorizado, sempre de forma natural.

Ao fim dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que se iniciou na Europa em 1939, começou a preparação para dias difíceis. As roupas já apresentavam uma linha militar, assim como algumas peças como as saias, que já vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas.

MULHERES ANOS 30

GRETA GARBO
As mulheres além da ópera e do teatro, também freqüentavam os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e os seus artistas, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. Copiavam as roupas e os gestos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. Os trajes ousados da cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço nas suas apresentações.
Até o final do século XIX os espartilhos eram usados, quando a mulher se desvencilhou deles e começou a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquilagem. A boca, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração, era carmim; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilagem.

A silhueta era tubular, com os vestidos geralmente em seda eram mais curtos, leves e elegantes, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pela dança vigorosa chamada Charleston com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. A atenção estava toda voltada para os tornozelos.

O chapéu, então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o cloche, enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, à la garçonne, como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos.

Um verdadeiro escândalo para os mais conservadores aconteceu em 1927, quando Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres.

A década de 20 foi também, da estilista Coco Chanel, com os seus cortes retos, capas, blazers, cardigans, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década, Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.

Outro nome importante foi Jean Patou, estilista francês que se destacou na linha sportswear, criando coleções inteiras para a estrela do tênis Suzanne Lenglen, que as usava dentro e fora dos courts. As suas roupas de banho também revolucionaram a moda na praia. Patou também criava roupas para atrizes famosas.

AS MULHERES EM OUTRO CONTEXTO


ESTILO
ANOS
20

MULHERES

Por muito tempo a mulher teve significado restrito dentro da história. Assim, os historiadores negligenciaram a mulher, como informação, pelo seu espaço e participação histórica sem relevância.
As pesquisas mostram que as mulheres ficaram à sombra dentro de um mundo dominado pelo gênero masculino.
O quadro de exclusão se acentua, agravado pelas lacunas encontradas nas fontes e textos os quais, muito raramente, abordam o mundo feminino e, quando o fazem, denotam a aversão no inicio pelo contexto religioso que as envolveram.
O filósofo grego Platão considerava a natureza da mulher inferior a dos homens, na “capacidade para virtudes”, era vista por ele como um ser sem raciocínio, comparando-a até aos escravos. A elas, era vetado o poder de escolha/decisão em qualquer coisa em suas vidas. O marido as escolhiam e poderiam passá-las para outros maridos se assim determinasse. Para elas estavam reservadas as obrigações de venerar o marido, educar e criar os filhos, cuidar da casa e manter-se submissa ao seu marido.
Na Idade Antiga a mulher era veículo de procriação que ocorria sem a preocupação em estabelecer uma união formal ou informal. O importante era o resultado, a fecundação.
Durante séculos a mulher foi desconsiderada pelos Escolásticos e Cléricos que as viam como mentirosas, bruxas e pecadoras em potencial. Afinal, elas descendiam de Eva. Por isso, formou-se a condição de mantê-las virgens e afastadas por serem seres demoníacos que personificavam a tentação.
No século XI, pela instituição do casamento na Igreja, a mulher portadora da disseminação do mal, passa ao papel de boa esposa e a maternidade é exaltada. Forma-se a trilogia da salvação feminina a partir de três modelos: Eva – pecadora, Maria – perfeição e santidade e Maria Madalena – pecadora arrependida. Esses modelos difundidos objetivavam além de afastar os Cléricos das mulheres, institucionalizar o casamento à moral cristã, através do exemplo da criação de um segundo modelo feminino à Virgem Maria.
A mulher foi concebida pecadora pautada no modelo de Eva, vista como aliada do demônio. Esse estado de maldição foi amenizado pelo culto à Virgem Maria, que trouxe a reconciliação entre a humanidade e Deus. A Maria Madalena se estende a possibilidade de salvação a todos que tinham caído em erro, mas foram capazes de se arrepender.
A construção dessa concepção de mulher foi elaborada através dos séculos, mesmo anterior ao cristianismo que assegurou e permitiu a manutenção do homem no poder.
Essa construção começa a sofrer abalos no século XX, pela transformação na obstetrícia e o controle da natalidade.
Iniciam-se as décadas em que a sociedade começa a vislumbrar uma evolução no comportamento e transformação no significado do “ser mulher”.
A Idade Contemporânea ficou marcada pela luta social de largas massas femininas, pois as mulheres conscientizaram-se da sua situação discriminatória na sociedade. Esta luta social expressa-se por múltiplas ações comuns e em grande parte de formas de organização e movimentos. Seu objetivo nessa diversificada luta é a aspiração à emancipação e à mudança para um estatuto social mais dignificante.
As conquistas democráticas conseguidas marca com o Dia da Mulher, a importância que tiveram numa contribuição de grande relevo da mulher, que participou de forma ativa e corajosa na luta reivindicativa econômica e social, a defender seu espaço, respeito e conseqüentemente sua liberdade.
O mérito de ter tomado as primeiras medidas verdadeiramente a favor da emancipação da mulher, fica para o primeiro governo operário da história, a Comuna de Paris.
Ainda assim, não desapareceram de súbito os preconceitos sobre a mulher, pois esses preconceitos têm na maior parte uma raiz histórica, que não reside na essência do sistema socioeconômico.
Apesar do grande atraso socioeconômico herdado da era colonial e da exploração neocolonialista, liquidaram-se em vários países a poligamia e o casamento de menores contratado por familiares, combateu-se o analfabetismo e ainda elevou-se o nível de cultura das mulheres.
O dia 8 de Março é também um símbolo de luta revolucionária que se transformou numa jornada mundial de ação das mulheres pelos seus direitos próprios e contra todas as formas de discriminação.
Para as mulheres conquistarem o direito de voto, tiveram que percorrer um longo caminho. Tiveram que lutar contra os preconceitos dos homens que julgavam que as mulheres não serviam para absolutamente mais nada, a não ser, tratar da casa, do marido e dos filhos.
Entretanto, as mulheres sabiam do que eram capazes de fazer igualmente como tudo o que um homem conseguia fazer, dessa forma,começaram a formar movimentos, que tinham como primeiro objetivo, desde o pós-Revolução Industrial, lutar pelo direito do voto.Foi nos ideais democráticos de inspiração as primeiras feministas encontraram algo de propicio às suas reivindicações: Não havia participação ativa das mulheres na sociedade.
Desde a Grécia Clássica, que vinham o preconceito contra as mulheres que não podiam exercer o direito de voto.
As sufragistas, como eram chamadas as primeiras ativistas do feminismo, iniciaram no século XIX, em 1897, um movimento no Reino Unido a favor da concessão às mulheres do direito ao voto. Foi assim fundada a União Nacional pelo Sufrágio Feminino, por Millicent Fawcett. Este movimento, inicialmente pacífico, questionava o fato de as mulheres serem consideradas capazes de assumirem cargos importantes na sociedade inglesa, contra a maioria dos parlamentares da Inglaterra que acreditavam na incapacidade das mulheres de compreender o funcionamento do Parlamento Britânico.
Ainda assim, o movimento feminino ganhou e as suas ativistas passaram a ser conhecidas por pertencentes à União Social e Política das Mulheres.
O movimento (WSPU- Women’s Social and Political Union), fundado por Emmeline Pankhurst, pretendeu revelar o ceticismo institucional na sociedade britânica.
Emmeline Pankhurst foi presa inúmeras vezes por pequenas infrações e inspirou membros do grupo a fazerem greve de fome. Mas, foram alimentadas à força,e essa atitude fez com que ficassem doentes, o que veio chamar a atenção para a brutalidade do sistema legal. Tiveram algum sucesso com a aprovação do “Representation of the People Act” de 1918, que veio a estabelecer o voto no Reino Unido.
Esse pequeno sucesso, resultou na lei que visava também inspirar muitas outras mulheres noutros países para que lutassem pelos seus direitos, principalmente, pelo direito ao voto. Por mais que a opressão feminina seja ainda uma cruel realidade em alguns países, as mulheres têm direito ao voto e à participação política ampla na maioria dos países do mundo. Embora as conquistas em alguns países, ainda há movimentos que reproduzem as mesmas lutas das sufragistas do século XIX, na tentativa de forçar o governo daquele país a mudar a sua legislação eleitoral e adotar o voto universal em pleno século XXI.
Feminismo: “sistema dos que preconizam a igualdade dos direitos do homem e da mulher”: é esta a definição de feminismo como informação no dicionário, no entanto, referimo-nos ao feminismo como uma doutrina que se refletiu em movimentos sociais através da comoção das mulheres.
A partir do século XVIII, é que se pode falar em reivindicação dos direitos da mulher graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Datam dessa época as primeiras obras de caráter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu (1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1792), "A Vindication of the Rights of a Woman", que propunha a igualdade de oportunidades na educação, no trabalho e na política.
No contexto da Revolução Industrial,no século XIX, o número de mulheres empregadas aumentou significativamente. Foi a partir desse momento, também, que as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário. Todo esse processo resultou na realização da primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Em 1857, também em Nova York, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou no incêndio de uma fabrica, o qual ocasionou a morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de Março, dando origem ao marco de comemoração como “Dia Internacional da Mulher”.
Esse trágico episódio veio permitir o direito ao voto, o qual foi obtido pelas mulheres do mundo ocidental no início do século XX.
Liete Oliveira

DIA INTERNACIONAL DA MULHER